Domingo dia 22 de abril eu recebi uma mensagem do Caboclo da Mata, pedindo que escrevesse uma carta para todos os filhos, dizendo se alguma coisa acontece-se comigo, os filhos não fechassem o terreiro e passando algumas orientações a mais. Fiquei preocupado, mas segui em frente. Segunda-feira dia 23 de abril peguei o carro e viajei a trabalho para Hortolândia, fui muito preocupado com a estrada. Antes de sair meu Guardião pediu para que eu pega-se suas roupas, suas facas, suas guias, seu marafo e seu chapéu, assim obedeci. Trabalhei a semana toda preocupado e tomando cuidado com tudo e com todos. Quinta-feira dia 26 de abril tive um sonho, sonhei que estava em uma gira no terreiro onde se encontrava o Caboclo da Mata em terra e todos os filhos cantando com repleta alegria, mas o sonho estava meio nevuoso, aquelas imagens ficaram em meu pensamento. Sexta-feira dia 27 de abril recebi uma mensagem do meu Guardião onde ele falou: não se preocupe, aconteça o que acontecer sempre estarei do seu lado. Fiquei encucado, mas a confiança em nosso Pai Oxalá e nos Orixás me dava forças. Sexta-feira dia 27 de abril ás 8 horas eu e meus amigos fomos dispensados do serviço. Ao entrar no carro para ir embora, meu amigo colocou a mão em meu patuá (foi o aviso). Logo pegamos à estrada, chovia muito, mas todos estavam ansiosos com a volta pra casa. Vínhamos com atenção, mas de repente no Km15¹/² da rodovia dos Bandeirantes, em fração de segundos avistei um caminhão querendo ultrapassar um carro, senti um frio na espinha e levei meu pensamento ao Pai. Logo o carro passou por mim dando uma fechada brusca, freei, mas com tanta chuva o carro não parou (nessa hora apaguei). Meu Guardião incorporou e me vi na beira da estrada ao lado de meu pai Ogum com sua espada em minha coroa, vi o caminhão passando por cima do carro e todos que estavam dentro mortos. Mas na hora que o carro escorregou e estava indo para baixo do caminhão, bateu no estepe, meu Guardião tirou o carro levando-o para a grama e nada de nos aconteceu, saímos todos sem nenhum arranhão. Quando chegamos à base policial, uma fonte de luz brilhava lá atrás, fui ver o que era e avistei uma imagem linda de OXOSSI e ao lado meu Caboclo, logo agradeci e bati cabeça ao meu Pai. Hoje vivo para contar essa história verídica.